sábado, 22 de dezembro de 2012

Soturno





As respostas estão mortas

Por debaixo da minha cama

Minha alma está há dois quilômetros de mim

Em suspensão.



A sua permanência se tornou dor

Latejante e efêmera

"O adeus mascarado em proteção"

Você me deixou sozinho com minha apatia
E do nada deturbou meu coração



Os meus gritos se intensificam na dor

Por que não pode ser real?

As minhas cinzas não se queimarão mais

Sem o seu fogo para me acender



Senão a Melancolia que insiste em não ir

Minha alma se esvai para longe

A chuva não cessa. Só resta neblina



Eu ainda sinto você crescer dentro de mim

E mesmo que você esteja longe

Meus gritos não conseguem te encontrar



Seu halito faz parte do meu corpo

Eu sinto sua voz me ensurdecer

Seu cheiro me embriagar

Sua boca me beijar

E os meus medos se transformarem em desejo



O que falta pra mim é você

Mas você não quer estar comigo

E isso me faz sangrar...

O desejo de te querer

É mais forte do que o de te deixar

E no final, não sei se consigo.



E a pergunta permanece sem resposta

Com minha vontade morta

De viver com você



“Vi veri veniversum vivus vici”  

("pelo poder da verdade, eu, enquanto vivo, conquistei o universo” – frase original na peça teatral The Tragical History of Doctor Faustus, de Christopher Marlowe )


                        By Anderson Nascimento e Wilton Black


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