sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Retrospectiva Blogal - Melhores Livros de 2013



Terminando mais um ano e começando mais uma vez a retrospectiva blogal, série de postagens na qual seleciono os melhores livros, filmes, músicas, etc do ano em questão. 2013 foi até então o melhor ano da minha vida, pois nele me descobri em vários aspectos; fui mais feliz; conheci pessoas que me marcaram e fui quem realmente sou. Os livros, como sempre, foram importantes companheiros em cada jornada e aventura deste ano e aqui seleciono alguns dos melhores que tive a oportunidade de ler em 2013:
 
 10º El Sur- Daniel Villalobos 



Uma das minhas primeiras leituras em espanhol. Era pra ser obrigatória (pedida pelo professor de Linguagem na minha universidade no Chile), mas foi um prazer tão grande ler este livro, que o devorei em poucas horas da madrugada. Li-o duas vezes, e apesar de ser um livro de crônicas, gênero que não me agrada muito, foi um prazer conhecer a infância e a vida daquele jornalista escritor que até então era desconhecido na minha vida. 
 Nesta obra, Villalobos relembra sua infância pobre no sul do Chile e como a literatura e o cinema o marcaram naquele momento. Este livro também é especial pra mim, pois nos diversos trabalhos que desenvolvi na faculdade a partir da leitura dele, revivi alguns momentos da minha própria época de criança. Eventos que marcaram a minha vida.

 9º O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry 




Um clássico infantil, mas que pode ser lido em qualquer idade. As percepções e os ensinamentos que este livro nos traz são de infinita bondade, filosofia e amor. Relê-lo na idade em que me encontro, foi voltar à época de criança, e rever conceitos e interpretações que já não fazem parte do meu espírito corrompido pelo ser "adulto". Já não há mais a inocência e o sentido de imortalidade. O "Pequeno Príncipe" supera épocas e gerações e deve ser leitura obrigatória para crianças e adultos. 

8º Guia do Mochileiro das Galáxias - Douglas Adams




 Pensa em um livro maluco. Agora triplique essa doideira. Eis a receita do "Guia dos Mochileiros das Galáxias", um livro humorado, diferente e filosófico. Qualquer um que o tenha lido sabe o significado do número/resposta 42... Não vou entrar em explicações, mas foi um dos livros que mais me deixaram curioso. Peguei-me refletindo sobre os vários eventos que passam na trama lá pelo fim da história e percebi que o livro meio que exclui o nosso poder de racionalidade, ao mesmo tempo em que o eleva a quarta potência. Vale a pena conhecer a série e entrar nesse mundo doido de alienígenas e mundos paralelos. 

7° Diários do Clima - Sônia Bridi 



Tive o prazer de conhecer uma das maiores jornalistas do Brasil no ano passado em um evento de lançamento do livro em questão. Lembro-me que nos minutos que conversei com Sônia lhe disse: "Quero um dia viajar pelo mundo como você fez". Bom, mal sabia eu que 2013 me reservaria algumas viagens e aventuras inesperadas. O livro é um excelente relato de viagens que ela realizou com seu marido quando produziram uma série de reportagens para o "Fantástico" sobre as mudanças climáticas do planeta intitulada "Terra: Que tempo é este?". Das paisagens tropicais do Peru até o gelo glacial da Groenlândia, o livro é um relato emocionante sobre culturas e aventuras, e também uma grande fonte de informações sobre as grandes transformações que nosso planeta vem passando devido aos feitos humanos. 

6º O Oceano no fim do Caminho - Neil Gaiman 



Uma fábula em forma de livro. Encantei-me com a capa e esse título misterioso. O que seria o oceano no fim do caminho? Bom, pra mim ele é a imaginação e o ser criança que nos permite ver mais do que somos. É a aventura intrínseca na mente, que permanece mesmo depois de crescermos. É o não esquecer como é criar a realidade a partir da imaginação. É aquele caminho que encontramos pra fugir da solidão. São os livros que se transformam em refúgio e nos melhores amigos que vamos ter. Essa fantasia de adulto-criança de Neil Gaiman me fez lembrar o que eu sempre fui: Um grande imaginador. Gostei muito do livro e da leitura fácil e fantástica. O título ainda me encanta, mesmo sabendo o que é o oceano no fim do caminho, ainda me permito imaginar o que poderia ocorrer se no fundo do meu quintal houvesse um oceano infinito.

 5º No Ar Rarefeito - Jon Krakauer 

Foto de um grupo de alpinistas que subiram o Everest em 1996. Alguns deles não voltaram - Livro No Ar Rarefeito

 Neste ano eu comecei a me interessar pelo tema viagens e aventuras. Livros sobre países, culturas, escaladas, paisagens naturais e etc, começaram a me chamar muito a atenção. Um relato sobre uma escalada ao Everest já é por si só uma grande leitura, mas este livro fala sobre uma tragédia que ocorreu em maio de 1996 a mais de 8 mil metros de altura, no ponto mais alto do planeta. Krakauer soube muito bem descrever os protagonistas e os eventos daquela subida que seria uma das maiores tragédias. Em busca de explicações, ele descreve paisagens, pessoas, feitos e te deixa aflito com o ocorrido. É um livro muito bem feito e elaborado. Deixou-me apreensivo do começo ao fim. Uma das melhores surpresas desse gênero que recentemente me conquistou. 


4º A Culpa é das Estrelas - John Green



 Talvez o maior best-seller juvenil do ano, "A Culpa é das Estrelas" foi uma das minhas primeiras leituras de 2013, quando o livro ainda não era tão cultuado por adolescentes e jovens de todo o país. Apaixonei-me pelos protagonistas; pela linguagem humorada; pelo enredo envolvente; e por último pelo modo como os dois jovenzinhos enfrentam as possibilidades da morte. Acredito que é um livro que tem muito a dizer em suas entrelinhas, e que deve ser lido com amor. Sentia-me preso aquelas palavras soltas nas paginas amareladas de "A Culpa é das Estrelas". 
Terminei a leitura com lágrimas nos olhos e ânsia de compartilhar o que eu acabara de ler com outras pessoas. É um livro para ser compartilhado. Uma leitura simples, gostosa e agradável. Você se emociona, ri e fica triste... e mesmo assim se apaixona. Com certeza um livro a ser lembrado.

3º Na Natureza Selvagem - Jon Krakauer 

Clássica foto de Chris... Uma das suas últimas - Na Natureza Selvagem


Em 2013 eu tive a oportunidade de conhecer alguns países e lugares incríveis. Minhas viagens abriram minha mente para muitas possibilidades e aguçaram os meus sentidos pela liberdade. Vi o filme "Into the Wild", sem esperar muito dele, e simplesmente me apaixonei pela história. Voltei ao Brasil e fui atrás do livro, e assim que o tive em minhas mãos o "devorei" em alguns dias. 
"Na Natureza Selvagem" narra à história de Christopher McCandless, um americano de classe média alta que após se formar resolve viajar pelos Estados Unidos apenas com uma mochila nas costas e uma vontade de se sentir livre. O livro, escrito por Jon Krakauer, também busca entender os motivos de McCandless em largar mão de tudo e viver como um andarilho, além de refazer os passos do mesmo. É inspirador e emocionante. 
É difícil não se apaixonar pela história de Chris, e tanto o livro quanto o filme ficaram marcados para mim neste ano, que pude abrir mão de alguns luxos e me sentir em plena natureza selvagem

2º A Coisa - Stephen King

O Medo personificado - A Coisa

Não poderia deixar faltar um livro do mestre do terror nesta lista. Stephen King é meu escritor favorito desde os meus 14 anos e vem me presenteando com livros maravilhosos e verdadeiras obras de arte da ficção. Não vou dizer muito sobre o próprio, pois este blog tem uma sessão reservada apenas para o King, mas o livro em questão é verdadeiramente uma obra prima do horror. 
Em "A Coisa" você se depara com os pesadelos mais íntimos da mente humana. São quase 800 páginas de terror, suspense e um fator psicológico inigualável. O escritor te prepara para as atrocidades que serão narradas; expõe os medos e as fragilidades de cada um dos personagens principais; relata as cenas sangrentas e tenebrosas durante a narrativa. 
A leitura deste clássico do terror moderno te apresenta uma caricatura do terror, vestida em roupas de um palhaço "divertido" e medonho ao mesmo tempo. Pennywise, ou o palhaço Parcimonioso, é mais do que um serial killer; ele é uma maldição que assola uma cidade por centenas de anos. Uma cidade que mais parece ser de pesadelos. Derry, um lugar fictício onde a história se passa, também está presente em outros livros de King, como no recente lançamento no Brasil "Novembro de 63". Pennywise se alimenta do medo, e por isso as crianças e adolescentes são suas vitimas favoritas. O livro conta a história de um grupo de amigos que se reúnem para enfrentar a criatura depois de 30 anos, quando ainda crianças a enfrentaram em um primeiro embate. Mas, "A Coisa" é bem mais do que isso. 
É um livro de suspense e terror no seu ponto mais denso. É sobre fragilidades e crenças. Fiquei muito na dúvida se "A Coisa" deveria ser o melhor do ano, mas com certeza é um dos melhores do Stephen King.

1º Crime e Castigo - Dostoiévski 



O que falar de um livro cujo a vilã é a própria mente humana? Assim é "Crime e Castigo" primeiro romance que tive o prazer em ler do escritor russo Fiódor Dostoiévski. Publicado em 1866 o livro é extremamente atual, com críticas intrínsecas, outras explicitas sobre a sociedade e religião. A trama está focada em um personagem principal, Rodion Românovitch Raskólnikov, um jovem estudante universitário que se vê aflito após cometer um assassinato. A aflição de Raskólnikov se transforma em medo, depois em culpa, até atingir um niilismo absurdo. O grande acusador do jovem é sua própria mente. 
Na trama, Raskólnikov encontra nos braços de Sonia, uma jovem que se prostitui para manter sua família, o amor, e através do amor a absolvição. 
Dostoiévski, considerado o maior escritor russo, divide os seres humanos em sua obra em duas classes: especiais e os materialistas. As pessoas "especiais" não necessitam se aterem a leis ou regras. Segundo o pensamento compartilhado em "Crime e Castigo", esses seres especiais poderiam até mesmo cometer crimes, pois seria para um bem maior. Já os materialistas deveriam se manter a margem da sociedade, respeitando regras e leis. A partir dessas nuances Dostoiévski cria um celebre clássico da literatura. Você se vê totalmente apegado aos pensamentos e ações do protagonista. É praticamente viver na mente dele. 
Amei o livro pelo fato dele ser totalmente psicológico e crítico. A palavra para o texto é perturbador. É quase impossível não se colocar no lugar de Raskólnikov e prever suas ações. Sem sombra de dúvidas uma leitura incrível que não tinha melhor época para ser descoberta. Obrigado Eduardo por me apresentar e emprestar Dostoiévski, e o melhor livro que li este ano.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Amy Lee completa 32 anos

Hoje um dos ícones do Rock completa mais um ano de vida. Além de ser pianista, tecladista, cantora, compositora, harpista, músicista e esposa, Amy Lynn Lee é vocalista da banda americana Evanescence, minha banda favorita. Não preciso dizer que sou fã dessa mulher que completa 32 anos nessa sexta-feira treze, pois quem me conhece um pouco já sabe o quanto cada canção cantada por ela tem um significado pra mim. 



Gostaria de deixar aqui marcado mais um ano em que tenho orgulho de dizer que sou fã do Evanescence; mais um ano que não me canso de escutar os CD'S que tanto me fazem bem ( e já se vão nove anos ); mais um ano de admiração. Obrigado Amy por me inspirar e fazer deste mundo tenebroso em muitos momentos mais compreensível. Obrigado por me fazer acreditar que não estou sozinho na dor. Obrigado por escrever músicas que me completam. 



Parabéns Amy. Adoro os rumos que a vida dela tem tomado e a maturidade que se percebe nos seus gestos e olhar. Vou deixar aqui, juntamente com meus votos de felicidades, um pedacinho da última música que Amy cantou, "Find a Way" em um show beneficente em parceria com  Paula Cole.




Encontrar uma maneira

" Pegue minha mão, me abrace forte
Cada respiração é uma dádiva
Não sabemos o que o amanhã nos reserva
Mas eu sei que preciso de você, você me mostra a verdade
E eu vou te alcançar de alguma forma

Vou encontrar uma maneira
De construir um outro mundo longe da dor
Vou encontrar uma maneira mantê-lo seguro
Até o fim dos tempos

... " 


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Carrie - Remake de 2013 moderniza a história

Passei os últimos meses ansioso pela estreia da nova versão de "Carrie", filme baseado no romance de Stephen King. Não sei se o fato de ser fã da versão de 1976 dirigida por Brian De Palma influenciou na minha expectativa, mas confesso que estava curioso sobre este remake. Refilmagens geralmente não agradam aos fãs do original, mas, não sendo mesquinho posso dizer que este novo filme  não me desagradou. 

As três "Carrie", Sissy (1976); Angela Bettis ( 2002) e Chlöe ( 2013)


Percebi uma Carrie mais ansiosa por socialização e um enredo mais mastigado. O filme em si não segue a linha do terror, com cenas noturnas, escuras e tenebrosas. É mais um filme adolescente com um tema sobrenatural. O fato de quase nada ficar subjetivo, talvez se explique na necessidade dos jovens de hoje em exigir tudo bem explicado. As câmera captam a ação do começo ao fim.



Uma  coisa que não me agradou foi Carrie controladora dos seus poderes. Em 1976 Sissy Spaceck representou uma garota assustada com seus feitos sobrenaturais, ansiosa por agradar seus colegas, mas dependente da mãe e da relação familiar. O tom de loucura é perceptível no olhar e nos gestos da Carrie versão antiga. Já a Carrie moderna é mais controlada e ciente dos seus poderes, mais infantilizada e, ao menos na cena do baile, o rosto de Chlöe Moretz representa um desejo incontido de matar e um controle absoluto de seus poderes. Os gestos com a mão não deixaram o filme pior nem melhor, mas não seguem bem o perfil da personagem do livro. O rosto de Chlöe reflete um desejo de vingança e não a loucura da versão original.



A diretora, Kimberly Peirce, optou por fazer um filme moderno ( onde celulares, computadores e todo tipo de tecnologia fazem parte do mundo da menina estranha rejeitada por todos ); criou uma relação familiar entre mãe e filha mais aberta; e salvou alguns personagens. A fotografia, mesmo com seus tons claros ( como a cena do entardecer quando Tommy Ross busca Carrie para o baile ), foi um ponto positivo. A trilha sonora não agradou tanto quanto a versão de De Palma e as atuação foram boas. Os efeitos especiais foram bacanas para um filme com pouco orçamento, e a presença de Julianne Moore abrilhantou a obra.



O filme em um geral me agradou como fã de Stephen King e tendo Carrie como minha personagem favorita. Acredito que os adolescentes de hoje não vão entender muito bem a mensagem original da história, mas trazer o clássico para o mundo atual tem os seus benefícios. É interessante ver as duas versões como obras separadas, mas a comparação é inevitável. 



Não deixem de vê-lo no cinema, vale o ingresso e é um bom remake. Nos próximos anos nos parece que haverá muitas outras obras de King nas telonas. Vamos esperar e torcer para que sejam boas e tragam inovação para o gênero do terror.

OBS: Gostei muito da divulgação do filme, traillers e pôsteres;
OBS²: Ao ver as versões deve-se levar em consideração a época em que foram produzidas;


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Mochilão Parte 5 - Iha do Sol, Puno - Arica

A Bolívia amanheceu, nessa quinta parte da aventura, com um sol maravilhoso e um calor agradável. As ruas logo cedo já estavam movimentadas. Os turistas caminhavam pelas tendas de artesanato com grandes mochilas nas costas em busca de hospedagem. Tomamos café de bolachas e bobagens do tipo, e partimos para conhecer um pouco de Copacabana.



A cidade é agradável, tem alguns morros e no topo delas igrejas católicas vigiam o povo boliviano. Em um país onde 98% da população é cristã e que possui três idiomas oficiais ( espanhol, quíchua e aimará ), sendo dois de origem indígena, a cultura se preserva. Aqui você não encontrará McDonalds e nem Coca-Cola. As filiais desses dois nomes de destaque no capitalismo deixaram o país em 2012, depois de tentativas frustradas de se inserir na cultura boliviana. A saída das empresas foi comemorada na Bolívia como uma vitória contra o capitalismo. Apesar disso, a pobreza e a desigualdade é muito comum no país.




Os bolivianos são parecidos com os peruanos. Possuem, em sua maioria, traços indígenas marcantes, estatura baixa e uma cor entre o branco e o moreno. As mulheres andam com saias coloridas e longas. 

O comércio e o turismo em Copacabana são os motores da economia. Caminhando pela cidade, encontramos agências de turismos, lugares para dormir e lojinhas com produtos típicos em todo os lados. Os preços aqui são mais em conta. Comprei uma camiseta pelo preço de R$10,00 e uma touca típica pela bagatela de R$4,00.

No centro da pequena cidade contratamos nossa excursão até a Ilha do Sul, em um valor de R$18,00. Antes de partir, almoçamos em um bom restaurante que nos ofereceu uma comida quentinha e gostosa.

Isla del Sol



Isla del Sol é uma ilha no lago Titicaca, pertencente à Bolívia. Tem área de 14,3 km² e é a maior ilha do lago. Tinha o nome de Isla Titicaca.

É uma ilha sagrada para os Incas, onde se encontravam os santuários das "vírgenes del sol", dedicado ao Deus Sol. A ilha atualmente é povoada por indígenas de origem quechua e aymara, dedicados ao artesanato e ao pastoreio, principalmente de gado ovino.

Existem muitos sítios arqueológicos em volta da ilha. Estudos indicam que a civilização Inca teve origem na ilha, com o surgimento de Manco Capac.

O caminho até a Ilha principal demora cerca de uma hora e meia, e o fizemos de barco, o único meio de chegar até lá. A embarcação estava cheia de holandeses e americanos e tinha uma brasileira além de mim. Estávamos cansados e aproveitamos para descansar e dormir um pouquinho. 



A ilha tem uma beleza maravilhosa em um estilo inca inconfundível. É uma espécie de paraíso. Chegamos e tínhamos duas horas para percorrer o local. Estávamos cansados, mas tentamos subir o morro que levava até o templo principal. Fracassamos. Subíamos, subíamos e nunca chegávamos. Os indígenas levavam as mochilas dos estrangeiros em mulas que subiam em uma velocidade maior que a nossa. Na metade do caminho decidi voltar e esperar o restante do grupo na espécie de praia tentando aproveitar um pouco a natureza. No final ninguém do nosso grupo conseguiu chegar até o templo. Embarcamos novamente de volta à Copacabana. Antes passamos em mais uma pequena ilha para então seguir viagem. 





Um fato curioso desse dia foi que reencontrei um amigo que fiz no Peru, no caminho para  Machu Picchu. Um advogado norueguês que resolveu fazer um mochilão por dois meses na América do Sul. Sem falar espanhol, ele veio sozinho para aventuras na selva e em lugares longínquos.Provavelmente nunca mais o verei, porém achei legal revê-lo.



Nossa última noite na Bolívia foi caminhando pela feira artesanal e comprando presentes, que eram bem  baratos. Comprei uma camiseta da Bolívia, chaveiros, gorros e mais algumas coisas. Diferente do Peru, os bolivianos não costumam dar muitos descontos.

No dia seguinte levantamos cedo para partir. Como ficou acordado com o motorista, ele levaria nossos amigos que estavam sem documentos primeiro, e nos esperaria na fronteira para passarmos juntos. Estávamos aflitos, mas era nossa única chance. Por sorte deu tudo certo, e depois de duas horas de sair da Bolívia já estávamos novamente em Puno. 

Adeus Peru

PUNO


Nosso mochilão estava chegando ao fim. Só faltava o caminho de volta. Aquele sentimento de nostalgia já nos afetava. Lembrávamos os feitos e riamos. O fato é: Estávamos cansados e com saudade do nosso lar e aconchego, mas realizados.

Em Puno percorremos um pouco mais a cidade e voltamos ao hostel onde nos hospedamos. Lá, o simpaticíssimo dono nos ofereceu um café e  o uso da cozinha sem nos cobrar nada. Comemos e partimos para Tacna agradecidos pela generosidade do peruano.

O entardecer nos presentou com um final de dia lindo, e aquela sensação de que aquelas lembranças seriam eternas. Passamos a noite na estrada. 

ENTARDECER EM PUNO

Já em Tacna teríamos que resolver o problema com a embaixada do Chile, pois nessa última etapa nossos amigos sem documentos não teriam a mesma sorte que na Bolívia.  Nossa frustração foi grande quando descobrimos que a embaixada estava fechada. Era feriado no Peru...

Já estávamos chateados com nosso azar. Tentei por mais algumas vezes a campainha, e já íamos voltando para o terminal de ônibus quando um homem ( com cara de sono ), nos atendeu. Explicamos a situação com lágrimas nos olhos e o "nosso" compatriota resolveu nos ajudar. 

Na embaixada tomamos um banho e descansamos enquanto os papéis eram arrumados. Outros dois chilenos chegaram com um problema parecido: Eles tinham sido roubados na Bolívia.

Queríamos ir embora logo de Tacna. Não foi uma cidade que nos agradou muito. Aí os chilenos não pareciam bem recebidos também, e fomos insultados com " Chilenos conche tu madre", algumas vezes. 



Na praia em Arica


 Tudo resolvido fomos de ônibus para Arica. Aproveitamos o fim de tarde frio na praia e depois comemos o melhor " completo" ( cachorro quente ) que comi durante meus 6 meses no Chile. Maravilhoso, ainda mais depois de tanto tempo comendo arroz e batata frita, hehe.

O MELHOR COMPLETO DO MUNDO


Estava acabando. Ficamos agradecidos em voltar para Santiago, e por incrível que pareça, saiu quase tudo muito bem. Mudamos alguns planos, passamos por apuros, mas nos divertimos; conhecemos pessoas maravilhosas; culturas; lugares inesquecíveis. No final cada experiência foi válida e crescemos muito. Indico a qualquer pessoa colocar uma mochila nas costas uma vez na vida e fazer algo do tipo. Sem muito dinheiro, pensando na aventura e sem planejar muito. O que vale é a coragem e a disponibilidade.

Assim termina esse primeiro mochilão que fiz na minha vida. Espero e acredito que terei muitas outras viagens para compartilhar, mas essa sempre vai ser especial por ter sido a primeira e com pessoas incríveis. Agradeço em especial meus companheiros de aventura, BASTIÁN, MACA, JOSE, JABBI, PABLO, GIUSEPPE, TANIA, SEBA e VIVI. E agradeço ao Rocko Salinas que me ajudou muito, e ao Wilson, pois sem eles não seria possível realizar essa viagem. Gostaria de deixar uma frase que resume o tanto que aprende nesses 11 dias de viagens que tentei expor em 5 postagens. Obrigado pra todo mundo que leu também. Até a próxima ventura.


                        "As vezes é preciso se aventurar fora do seu mundo para se encontrar."