sábado, 21 de julho de 2012

Joe Hill, uma nova experiência.



O que esperar do filho do mestre do terror? Nada menos do que histórias " horrorosas" no bom sentido da palavra. Você pode ler Joe Hill sem saber quem é Stephen King, pois ao menos ao meu ver, cada um tem uma maneira diferente de ver o terror. Enquanto o pai analisa a sociedade, especialmente a americana, por meio de grupos e regiões com narrativas mais extensas, Hill aproveita o psicologico e o individualismo do suspense com pitadas do horror " trash ", porém em uma narratia mais intensa. Não que King não escreva desta forma também, pois o mestre  também trabalha com contos, mas Hill, ao menos nos três livros lançados no Brasil, é mais enfático nos fatos e intenso nas cenas. King te prepara pro terror de uma forma mágica, e Hill te surpreende de uma forma macabra. Conheci Joe Hill sem saber de quem ele era filho. Já li os três livros do autor, " Fantasmas do Século XX", " A Estrada da Noite" e "O Pacto", e todos me surpreenderam de maneiras diferentes. Quase nunca lembrava que estava lendo o filho de King, acho que isso não será um fardo que Joe terá que carregar, já que tem seu próprio talento.



Falando um pouco dele, Joseph Hillstrom King, mais conhecido como Joe Hill, nasceu em Hermom, Maine ( EUA) em 3 de junho de 1972. Escolheu deixar apenas Joe Hill, em homanagem ao anarquista sueco, de mesmo nome. Uma das propostas também, não é fazer de seu sobrenome uma lembrança do pai. Não que isso seja algo ruim, mas acredito que ele queira mostrar o seu talento, apenas isso. Escreve romances e contos, além de também ajudar em "comics". Escreveu três livros e trabalha em um quarto com lançamento previsto em 2013, cujo o nome aparentemente será NOS4A2. Em 1982 participou do filme Creepshow, dirigido por Geroge A. Romero, que tem roteiro de seu pai. Já ganhou vários prêmios, inclusive o Bram Stoker, como melhor conto e melhor primeiro romance.


Joe atuando em Creepshow, filme de 1982.
Stephen King e Joe Hill, pai e filho.




Lendo os livros de Hill, você não descobriria que ele é filho de King. Além de esconder o sobrenome da família, não há nenhum tipo de referência a seu pai na capa nem em nenhum outro lugar. Seu primeiro livro foi publicado em 2005 e ganhou alguns prêmios importantes, como o Bram Stoker, porém só assumiu ser filho do maior escritor de terror  da atualidade em 2007, após ser desmascarado pela revista Variety.Segundo o que foi publicado, Hill não precisa do sobrenome pra promoções, já que a qualidade e a eficácia da sua escrita já o tornaram conhecido e elogiado.

" Mais cedo ou mais tarde, os mortos nos alcançam..."
Primeiro livro de Hill, aclmado pela crítica e digno de vário prêmios, " A Estrada da Noite", tem o título americano em Heart-Shaped Box, ( sim como a música do Nirvana).

" Uma coletânea cheia de imaginação, corajosa e sagaz"

Meu livro favorito do autor. Foi o livro que mas gostei no ano passado, e alguns contos chegaram realmente a me tocar, como " Pop Art". Super recomendado.

" Quando as pessoa que você amam viram as costas e sua vida se torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim."
Achei o livro bem humorado, apesar de angustiante em algumas partes. Acredito que este tenha me lembrado um pouco o King ( é dificil não fazer comparações, rs), mas é único, assim como os outros.

7 comentários:

  1. Boa noite, colega kingmaníaco. Parabéns pelo blog. Ele me foi indicado por meu amigo Júlio Paumn. Sobre Joe Hill, penso que ele foi um pouco influenciado pelo pai e a evidência mais forte disso é o fato dele ter escolhido trilhar sua carreira literária baseada no gênero terror. Gênero, aliás, vítima de muito preconceito, como já atestou várias vezes o próprio King, com seu histórico peculiar de problemas envolvendo a crítica. Digo isso porque não acho que há autor de terror com menos de trinta e cinco anos que não tenha sido influenciado por Stephen King - e seu filho não deve ter sido exceção. A maioria das pessoas foram apresentadas ao terror através de seus livros. Experimente dar uma pesquisada na internet a respeito de candidados a escritor de terror brasileiro ou similares com veleidades literárias: todos citam king como influência e geralmente seus trabalhos não passam de pastiches bem pobres do nosso autor querido, seja na escrita, seja nos temas. King não é apenas o grande expoente do terror, ele é único. Não existem grandes escritores atuais de terror e muito menos um que faça frente a ele. Talvez Clive Barker... Mas acho que não, seus trabalhos são irregulares e restritos. Não consigo me lembrar de nenhum autor. O Bebê de Rosemary, A volta dos Mortos Vivos (a melhor história de terror, segundo o próprio king), As duas Vidas de Audrey Rose, A Profecia ou Exorcista são exemplos de novelas estupendas de tão boas, mas seus autores são conhecidos apenas por essas obras, seus outros livros não são tão relevantes. Sabe, acho que essa influência é inevitável porque somos, escritores ou simples leitores participativos, muito carentes de histórias de terror. Se você aprecia terror deve assistir a muitos filmes também. Pense quanta porcaria teve que ver para cada filme inesquecível feito O Exorcista ou o Sexto Sentido. De todos os gêneros, penso que o terror é a pior vítima, o mais sujeito as limitações do lugar comum. Ser original é um feito e tanto nesse campo. Ao contrário de você, só me propus mesmo a ler o Joe Hill por ele ser filho de quem é. Pura curiosidade. Eu li apenas a Estrada da Noite, então não tenho condições de fazer um balanço sobre seus trabalhos, além de que, ter lido uma cópia pirata no computador pode ter comprometido um pouco minha leitura (sou do tipo que lambe a capa de um livro impresso com os olhos, dedos, que cheira as páginas e saliva quando as vira). Penso que o próprio mote da história, objeto inanimado que possui uma espécie de maldição e, por conseguinte, adquire vida própria, é bem típico de king (vide Christine). Seu protagonista roqueiro, também um lugar comum na obra de seu pai fã de rock. Tem umas cenas envolvendo os cachorros que não me lembro bem, mas a situação que evoca me lembra muito algumas situações nos livros de king: um jeitinho dele, emocionante na maioria das vezes, de resolver as tramas. E outra,essa história de Hill ter evitado ser reconhecido como filho de quem é me parece mais uma espécie de marketing às avessas. Não se esqueça de que King é muito bom com marketing dos mais variados tipos. Desse livro, a única coisa que me agradou mesmo foi a capa, que não sei se é a original ou apenas da edição brasileira. Ahh, o primeiro livro de king que li foi O cemitério. Já o li quatro vezes e ainda é o meu preferido. Mas acho o filme péssimo. Abracim e leituras inesquecíveis para você. Wilson Silva.

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  2. Hey, obrigado por comentar, fico muito feliz. Relacionado a obra do Hill, dos três livros lançados, " A Estrada da Noite", apesar de ser o mais premiado, é o que menos me chamou a atenção também. A narrativa apesar de rápida, chega a ser cansativa e é possível retormar vertentes do King sim. Acho que você tem razão quado afirma que todos os autores contemporâneos são " afetados " por King. Li os livros que você citou, Frank de Felita também tem um outro muito bom chamado " A Entidade", e Clive Barker não me chamou a atenção com seus livros sangrentos. Gosto especialmente de Neil Gaiman, que não é um autor de terror, porém escreve muito bem. Anne Rice já é de um gênero diferente, apesar de ser caracterizada como terror, porém acredito que a narrativa dela e de King, nada tem de parecida. Meu primeiro de King foi " A Espera de um Milagre", que não me chamou muito atenção. Sou apaixonado por " Christine " e " O Cemitério", este último considerado por King um dos mais terríveis que escreveu. Bastanto, indico ler " Fantasmas do Século XX". Hill me surpreendeu com 3 contos neste livro, que vale a pena. Obrigado novamente. Wilton B.

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    1. Eu li A Entidade. Li e gostei bastante, tanto que foi o que me levou a ler Audrey Rose quando topei com um exemplar. Isso me faz lembrar que o Ira Levin escreveu uma história legal com um clima muito parecido com o de Bebê de Rosemary: Mulheres Perfeitas. É um livro menor, mas muito interessante. Pode parecer que esses exemplos invalidem minha teoria sobre os autores de uma obra só, mas ainda assim insisto nela. King tem muitos livros famosos, com bons motes e que são bem acabados, alguns até mais dramáticos que de terror, ao passo que outros autores não são tão profícuos. Vou me informar sobre esse Neil Gaiman, porque não conheço. Da Anne Rice só li o Entrevista com Vampiro e, apesar de ter gostado, não me animei a ler os demais. Não sei como alguém pode se especializar em histórias vampirescas (vampiros me irritam um pouquinho, talvez porque eles sejam meio canastrões, controlados demais ou simplesmente esnobes, quando tenho preferência por personagens atormentados). Uma correção importantíssima: Eu disse que “A Volta dos Mortos Vivos” era a história preferida do king, mas trata-se, na verdade, de “Os Mortos Vivos”. Devo ter trocado as bolas porque você comentou sobre Romero no post do Hill e acabei registrando. Acho que o original se chama Ghost Story. Aliás, peguei esse livro achando que era sobre zumbis, porque, ao contrário do menosprezo que nutro pelos vampiros, sou louco por zumbis (não sei não se não é algum fetiche). Para minha surpresa não era sobre zumbis, entretanto, me manteve em suspense por todas as páginas. E, melhor, em boa parte delas eu nem sabia o que estava acontencendo. Não sei se voce conhece, o autor é Peter Straub, o parceiro do King em O Talismã. Não diria que é o melhor livro de terror que já li, mas é bom mesmo!

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  4. Dois experts em literatura de terror que falam com propriedade e veemência sobre o assunto. Não ousarei fazer comentário algum! (rs)

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  5. Pois é Wilsos, coisa de Kingmaníaco. Eu já sou o contrário de você. Nutro uma paixão por vampiros e simplesmente um " gostar " de zumbis. Acredito que seja pela inteligência. Enquanto Vampiros são inteligentes e demonstram a fragilidade da humanidade e da sua própria entidade, pois na verdade nenhum que me lembre foi realmente imortal, os zumbis são mais frageis, menos inteligentes e não tem um ar sedutor. Lestat, criatura de Anne Rice, é simplesmente o Dracula da mortalidade. Gosto muito de " O ladrão de Corpos", pois nesta obra o vampiro troca de corpo com um humano, e relembra as excitações e vontades humanas. Conheço Peter Staub, já li Coco do mesmo. Conheço "Mulheres Perfeitas", é uma obra bem intrigante. Bom, obrigado por comentar. ;D

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