quarta-feira, 25 de julho de 2012

25 de Julho - Dia do Escritor

Hoje é um dia especial. É o dia do escritor. Profissão fundamental para nossa sociedade, afinal o que seriamos sem os livros? É uma pergunta sem resposta, apenas especulações, porém minha ideia é de que seriamos uma sociedade infeliz. Gosto de pensar que os livros me salvaram. Quando eu tinha 10 anos comecei a gostar de ler graças a uma professora. O nome dela é Elaine. Eu estava na 4ª série, e era um dos poucos alunos que realmente gostava de estudar. Me lembro que faltando 15 minutos pra dar o sinal e irmos embora, a professora Elaine lia um capítulo ou dois de um livro, que até hoje é um dos meus favoritos, " O Fantástico Mistério de Feiurinha", de Pedro Bandeira. Eu esperava aquele momento da leitura todos os dias, e prestava muita atenção. Lembro que meus primeiros livros foram presentes da Professora Elaine, e naquele mesmo ano ( 2002) eu fui escolhido como o bibliotecário da sala. Eu cuidava dos livros e da devolução dos mesmos. 

O livro que marcou meu início como leitor

Não sei o porquê, mas esta iniciativa da professora foi fundamental pra que eu começasse a gostar de literatura. Durante minha pré-adolescência eu resgatava livros nas casas dos meus amigos ( que na maioria das vezes ficavam jogados). Construi minha biblioteca particular que chegou a ter mais de 300 títulso ( a maioria hoje foi pra doação e bibliotecas públicas), dos quais a maioria eram do Pedro Bandeira, Giselda Naporta Nicolelis e Álvaro Cardoso Gomes ( acho que são esses os nomes). 

 Poxa, eu cresci com " Os Karas, alguém se lembra deles? Todo livro do Pedro Bandeira que caia nas minhas mãos, eu lia. Lembro que foram mais de 20 só deste autor. Adorava os livros da coleção "Salve-se quem puder", no qual o leitor resolvia o mistério. E os clássicos da Vaga Lume? Estes são inesquecíveis. Quanta coisa mudou desde então. Não vejo as criança lendo um bom livro faz tempo. Não com este teor mais simples e do universo infanto-juvenil. Cada época tem sua fase. 

Vaga Lume a coleção que ficou pra história

Um outro acontecimento importante e que ajudou a construir a pessoa que sou hoje, foi a descoberta do Sebo. Eu não fazia ideia de que existesse algo assim. Ia na casa da minha avó e um dia vi vários livros a venda. Entrei, e o primeiro que me achou a atenção foi " Harry Potter". Juntei dinheiro por 2 semanas, até ter o suficiente para comprar. Comprei primeiro a " Câmara Secreta" e depois " Pedra Filosofal". Me aventurar na vida de Potter foi a melhor descoberta que tive, e com certeza é algo concreto que não me esquecerei, já que os próximos anos foram preenchidos com boas leituras e expectativas sobre os livros e filmes.

"Harry Potter a Câmara Secreta" foi meu primeiro da série

Para finalizar essa sessão nostalgia, rs, gostaria de falar um pouco do meu interesse por literatura de terror, pois não se iniciou com o King, e sim com R.L.Stine. Goosebumps foi a minha série favorita de terror. Adorava aquele suspense envolvendo o final de cada capítulo e a espera do próximo. " Terror na Biblioteca" e " O lobisomem do Pântano" ainda são meus favoritos, e poxa, que saudade.
A partir deste inicio minha leitura começou a se concentrar em outros autores. Descobri Anne Rice, Paulo Coelho, Stephen King, Jorge Amado, Charles Dickens, Shakespeare entre outros. 

Goosebums a série de terror que me introduziu no mundo do horror


Agradeço a todos os escritores que passaram por minha vida. Agradeço a minha professora Elaine, e espero um dia agradecer a ela pessoalmente. Agradeço aos meus amigos que sempre me doavam livros. Agradeço aos meus professores de português e literatura que sempre me influenciaram e agradeço a todos que leram essa pequena história da minha vida. E que os livros continuem sendo nossos grandes amigos, pois não seriamos nada sem eles.

10 comentários:

  1. também vejo os livros como ótimos amigos, sempre =)

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  2. São. Nunca nos abandonam, assim como os cachorros. Que comparação não ? Obrigado por comentar Lola.

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  3. Muito bom! Um livro tem o poder impressionante de nos fazer sorrir, se emocionar, se assustar, chorar, viajar. Ele é capaz nos transportar para lugares, épocas e universos sem ao menos pensarmos em sair do lugar. Seu texto Wilton, me fez lembrar que há muito, muito tempo atrás (na também 4ª série rs), eu não só escrevi um livro infantil como fiz todos os desenhos dele (tudo com a ajuda da bibliotecária Angélica). Meu Deus eu me lembrei disso! Me recordo vagamente que a estória era sobre um fantasminha num cemitério. Acredito que houve um segundo livro, mas não me recordo. Digamos que também já fui um autor (mirim), pena que não continuei trilhando esse caminho. Me pergunto se o livro que fiz ainda existe? Talvez eu devesse visitar a escola em que estudei. Adorei seu texto, pois ele me trouxe recordações muito boas.

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  4. Lindo post Will, fiquei meio nostálgica agora rsrs

    Ah, eu amo, não vou dizer que todo dia eu pego pra ler, mas não há como negar que livros são ótimas companhias *.*

    AH, fiquei até me sentindo culpada de você ter me dado o livro "Feiurinha", poxa, fez parte de um momento meio que marcante pra você né?

    Karas.. como eu amo os karas *.*

    Carol

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  5. Obrigado por comentarem. Sim, Carol. Aquele Feiurinha faz parte da minha história, mas é seu.

    Adoro os Karas, saudades deles.

    E Júlio, é muito bom lembrar. Faço isso com frequencia.

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  6. Em tempos em que a internet e aparelhos modernos imperam, é bom saber que ainda existem poucos admiradores de uma boa literatura. Wil, sempre centrado e com ótimos post, andei um pouco ausente pela correria, mas aqui estou de novo. Parabéns Wil, e como escritor poderia nos presentear com um de seus poemas né? Abraços e parabénss

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  7. Hey Cezar, andava sumido mesmo, hehe. Obrigado pela visita, você é muiito especial, faz parte dos 3 anos do blo. Bom, eu acho que um bom livro é um grande melhor amigo. Logo posto um poema, já tenho um aqui. Obrigdo novamente. ;D

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  8. Quando você citou a coleção Vaga-Lume, da editora Ática simplesmente gelei aqui, rssrsr... iniciei minha aventura no fantástico mundo da leitura através dessa coleção. Era o ano de 1992, havia um microonibus-biblioteca que parava uma vez por semana em frente a escola. Eu me deliciava. Com 8 anos eu já contava histórias para os alunos do prézinho, com a autorização da professora... tempos idos que "nostalgiam" minha'lma. :)

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  9. Não pense que deixei de visitar seu blog, apenas foram visitas rápidas que o tempo não permitiu comentários. Tenha como certo, porém, que elas são garantidas. E não apenas por causa do king, quando se fala de livros, mal posso conter o entusiasmo. O mesmo não posso dizer do rock, que é uma área que desconheço. Meu fraco é mesmo MPB. Tinha até um certo preconceito com o gênero, fruto de uma ignorância enciclopédica, quando amigos entendidos do assunto me esclareceram a respeito de sua nobreza. Desde então passei a ver o rock, senão com a paixão merecida, ao menos com a reverência que a gente dedica ao desconhecido fascinante. Esse seu post me despertou tantas reminiscências. Quem passou a infância indiferente a coleção Vagalume? Mesmo aquele garoto mais distraído que passava os dias soltando pipas ou jogando peladas deve ter lido algum livro dessa coleção. Goosebumps não conheci, deve ter aparecido muito tempo depois de eu ser uma criança. Já Pedro Bandeira sim, fez parte da minha infância. A primeira vez que entrei em uma biblioteca foi no pré, lembro de ter ficado estupefato. Uma loja de histórias, quantos universos existiriam por trás daquelas capas que eram tantas. Difícil escolher um título, uma capa apenas. O primeiro livro que li era ilustrado, chamava-se O Equilibrista. O protagonista era uma espécie de bobo da corte que ficava andando numa corda sobre prédios, avenidas, não lembro mais o quê. Anos depois eu encontraria o livrinho outravez, era menor do que imaginava e não tão legal. Os livros nunca deixaram de me fascinar. Um dia passou um vendedor de livros no sítio onde eu morava. Ele ofereceu uma coleção de contos de fadas, mas quem disse que minha mãe pode comprar? Fiquei olhando o vendedor ir embora e na certa eu tinha nesse olhar aquele jeito conformado que teria uma criança etíope que tivesse visto um prato de feijão com arroz, mas soubesse que aquilo não foi preparado para ela. Subia sempre num pé de manga e me ajeitava lá, li incontáveis livros num dia só. Esquecia de almoçar. Minha mãe brigava. A noite caia e eu aproveitava a última nesga de luz. Anos depois os pais dos livros, os escritores, também me fascinariam, e todo esse amor tomaria outras dimensões. Um dia virei adulto, não tive mais tanto tempo para ler e tive que passar a limitar as leituras. Não dava mais para ler o que encontrava pelo caminho. Havia o trabalho, a faculdade, os problemas. Agora não leio mais encima de uma árvore e jamais esqueço de almoçar. Passei a ler no ônibus, no sofá, na fila do banco, é preciso aproveitar cada minuto. Entretanto, os livros nunca deixaram de ser aquelas janelas para universos infindáveis. Parabéns, fico feliz em saber que não só você, mas muita gente é ainda apaixonada por livros: mesmo que eles migrem das páginas cheirosas impressas para a tela fria e intuitiva (!) dos tablets. Ou outro veículo qualquer.

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  10. Obrigado por comentar, sei que você sempre está por ai. Fico feliz que goste do que le. Bom os livros foram meu fascinio também, na verdade ainda são. Hoje tenho uma vida corrida, faculdade, trabalho e etc, então também uso cada minuto disponivel para ler. Sempre tem um livro na minha bolsa, nem que seja apenas de segurança para horas ou minutos vazios serem preenchidos. Não sou muito fã da migração para as telas, mas ai penso em tudo que já estudei, e todas as evoluções já passaram, e penso que talvez seja só minha cabeça dura mesmo, hehe. Mas gosto de ter o livro na mão, sentir seu cheiro ( amo cheirar livro), e saber que ele está ali. Bom, continue por aqui sempre hem Wilson.

    ;D

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