quarta-feira, 26 de junho de 2013

No Chile, as manifestação são por Educação gratuita e de qualidade

No mês em que manifestações tomaram conta do Brasil e levantaram o patriotismo de brasileiros em todo o mundo, a política nacional se viu obrigada a rever os seus conceitos. A cobertura jornalística dos protestos em todo o país também foi alvo de duras críticas e acusada de "parcial" pelos manifestantes. Enquanto nas ruas, mais de 80% dos protestos eram pacíficos, as imagens de vandalismos prevaleciam nos principais meios de comunicação.

Uma vitória pro povo brasileiro foi que parte dos motivos que levaram mais de 1 milhão de pessoas às ruas, foi atendido. A PEC 37  foi rejeitada pelo congresso, e a presidente lançou um plano de mudanças políticas no pais. O que fica, é a vontade de melhorar o Brasil, sempre mantendo a Ordem em busca do sonhado Progresso.

A comunidade brasileira no Chile apoiou as manifestações no Brasil. O Chile é reconhecido como um dos país mais desenvolvidos da América do Sul e recebe turistas brasileiros, principalmente durante o inverno. Mas, o que poucos brasileiros sabem é que a população chilena já está acostumada com protestos. A educação gratuita não é uma realidade para os estudantes universitários. " Fim ao Lucro. Educação de qualidade", é uma bandeira que os jovens chilenos levantam quase todos os meses em marchas pelas ruas do país.
Brasileiros manifestaram no dia 22/06 em Santiago



Diferente do Brasil, as universidades públicas chilenas não são gratuitas. O governo atua apenas como subsidiário para a população, ou seja, somente interfere quando realmente necessário. Financiamentos e bolsas de estudos são uma opção, mas o endividamento para se formar é um grande problema. O estudante de turismo Ignácio Alonso Perez Gamboa concorda com os protestos estudantis, quando eles não se tornam vandalismo e não concorda com o atual sistema de educação. " Para estudar tranquilo por aqui você deve ter dinheiro. Se não tem, é necessário se endividar, e terminar sua faculdade com um crédito, trabalhando por anos para pagar.", afirma Ignácio. 

Além da Educação, a população quer mais

Já o estudante de jornalismo Luciano Villafuerte del Carpo explica o motivo dos protestos. " O que sempre reclamamos é que a educação no Chile é uma das mais cara do mundo. Só os EUA nos superam", afirma. Ele explica como começaram as manifestações no país. " Começou em meados de 2011, com a  solicitação de educação pública gratuita e de qualidade. Nesse tempo, as marchas foram grandes e surpreendeu tanto, que a educação se tornou um ponto central dos governantes e candidatos. O bom das marchas pela educação é que são muito criativas. O lado negativo foi a aparição dos encapuzados, grupo que faz vandalismo e arruaça." Apesar do inicio apontado em 2011, a motivação estudantil é de muito antes, já que o sistema atual é uma herança da ditadura chilena, entre 1973-1990.

O protesto realizado nessa quarta-feira foi um dos muitos que já ocorreram neste ano em Santiago, capital do Chile. Entre cartazes solicitando uma educação de qualidade e gratuita, os chilenos reivindicavam mudanças para os candidatos a presidente, já que no Chile é ano eleitoral.  A violência e o vandalismo também fez parte do protesto, e a polícia agiu fortemente contra os manifestantes. Segundo informações da polícia de Santiago mais de cem jovens foram presos, e dez policiais foram lesionados.

Embaixada do Brasil em Santiago sendo vandalisada

A polícia aguardando os manifestantes


Os encapuzados botam fogo em patrimônio público

Apesar das lutas, pouca coisa mudou no país desde que as reivindicações começaram. Algumas universidades públicas como a "Universidad de Chile" está tomada pelo alunos. Uma espécie de greve estudantil. Luciano não acredita em uma universidade gratuita no país. " Eu acredito que a falta de vontade política para mudar é imensa. Existe dinheiro, mas a educação já é um negócio e muitos políticos tem seus próprios interesses aí. Acredito que podemos conquistar mais acesso a bolsas de estudos, mas por enquanto gratuidade não.", opina o estudante.

População Unida

Com 17 milhões de habitantes, população do Chile espera mudanças


















Os estudantes chilenos se inspiram na luta brasileira que assistiram nos meios comunicação chilenos. "  Eu acredito que para mudanças fortes na estrutura de um país é necessário união. É isso que vimos no Brasil nos últimos dias.", afirma Bástian Celis, também estudantes de jornalismo.

É importantes ressaltar que tanto Brasil, quanto Chile ainda são países em desenvolvimento e lutam por uma sociedade mais igualitária e um governo democráta.



5 comentários:

  1. Muito bom trabalho de pesquisa e jornalismo. Te felicito Wilton.

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  2. Obrigado por ler e comentar. Fico super agradecido pelo elogio.

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  3. Está de parabéns pelo empenho em destacar as atualidades aqui no Chile de um modo claro e conciso.

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  4. Hay que mencionar que las protestas se arrastran desde el año 2006, con la llamada "revolución de los pingüinos" (estudiantes secundarios llamados así por sus uniformes negro y blanco).
    En aquel entonces el Gobierno no atendió las protestas y actuó con rudeza ante los manifestantes.
    A partir de ese hecho, continuó el destape hacia las Universidades, y las cláusulas abusivas en los créditos que otorgaba y avalaba el Estado a través de Bancos privados.
    La educación superior privada es una bomba de tiempo y sin duda será el inicio para reformas en otras áreas como la Salud, Previsión y Vivienda.

    Es de esperar que el Gobierno de turno, actúe con mesura y sepa medir responsablemente los alcances de las reformas a emplear.

    JCU

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  5. Parabéns Wilton! É lindo perceber que o Brasil está se destacando como um país que não é acomodado!

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