sexta-feira, 29 de novembro de 2013

"Em Chamas"- Sequência de Jogos Vorazes surpreende nos cinemas

A aguardada sequência de "Jogos Vorazes" foi o lançamento mais esperando neste mês de novembro. Os fãs assistiam a cada novo trailer com ansiedade e euforia. Mas, qual a sensação que ficou após o final deste segundo filme da série?



Primeiro, uma crítica do enredo do filme, com base na leitura da série C/ Spollers. Texto: Eduardo Ferreira


                Francis Lawrence conseguiu com maestria manter a essência da obra original de “Jogos Vorazes, Em chamas”. Não somente o enredo foi mantido, como a escolha de cenário, atores e efeitos especiais, levam o espectador a todo o momento a pensar que está relendo o livro. 

A segunda parte da franquia de Jogos Vorazes retrata como Katniss Everdeen e Peeta Mellark seguem suas vidas após terem vencidos a 74º edição dos jogos. Ambos se mudam para a Vila dos Campeões. Entretanto, uma visita  inesperada mexe com a vida pacata dos dois. Katniss é procurada pelo presidente de Panem, Snow, que a ameaça.  O gesto realizado por ela na última versão dos jogos acendeu na população dos  distritos uma fagulha de revolta contra a Capital. Tentando conter tal revolução, Snow obriga Katniss a fingir diante de todos que está perdidamente apaixonada por Peeta, caso contrário irá acabar com todos aqueles que ela ama. 


O casal parte em turnê pelos distritos fingindo uma paixão avassaladora. Cabe aqui elogiar a atuação de Jennifer Lawrence tentando "ser" uma péssima atriz, e acreditem, ela consegue. 

Os discursos feitos em cada Distrito renderam cenas incríveis. É emocionante ver os gestos de apoio à Katniss da população. No final, a turnê só serve para inflamar ainda mais o povo contra a Capital. O tordo de Katniss é o símbolo contra a opressão do governo. 

O presidente vê que não pode apenas matar o casal vitorioso, pois isso aumentaria a revolta, sendo assim, em homenagem ao Massacre Quaternário ( uma comemoração especial que ocorre a cada vinte e cinco anos) fica decidido que a septuagésima quinta versão dos Jogos, contaria apenas com a participação de um casal por distrito dos antigos vencedores. O Distrito doze tem apenas três vencedores, sendo que Katniss é a única mulher, ou seja, já está nos jogos.




Um parêntese a ser aberto, é quanto à seleção dos atores que interpretam os vencedores. Ela não podia ser mais assertiva. Eles conseguiram dar vida a seu personagem fidedignamente ao que lemos no livro. 

Como era de se esperar os escolhidos do Distrito Doze são Katniss e Peeta. Dessa vez Katniss sabe que somente um deles pode sair vivo da arena, e promete salvar a vida de Peeta. As alianças são inevitáveis. Mais da metade dos participantes têm interesse em uma parceria com o Doze, já que conhecem a habilidade da Garota em Chamas com seu arco. 


Duas passagens do filme chamam muita  atenção e deixam ansiedade. A primeira foi o desfile dos tributos. Muitos acharam o desfile do primeiro filme um tanto quanto fraco.  A cena descrita surpreendentemente no livro, deixou muito a desejar na versão cinematográfica. Já em "Em chamas", você perde o fôlego. Os efeitos especiais foram de arrepiar. 



A segunda cena foi a da entrevista dos tributos, quando Katniss vestida de noiva se transforma no tordo negro, deixando todos boquiabertos. 

Os jogos em si não tomaram muito tempo, já que o mesmo é uma ponte para "A esperança " (último capitulo da série) eles se desenrolam em pouco mais de meia hora, porém, são de arrepiar. 

É perceptível nas salas de cinema que muitos não compreendiam o porquê das atitudes de alguns personagens na trama. Quem não leu o livro se surpreende com o sacrifício de vários tributos para manter os participantes do Distrito Doze vivos. Até mesmo Katniss e Peeta ficam intrigados com isso. Só temos a resposta ao final, quando descobrimos que os Jogos desta vez não vão acabar como espera a Capital. 



Katniss usa uma falha do sistema para destruir o campo de força da arena, e consegue assim ser salva. Toda a revolução começa com uma fagulha e no caso dos Jogos Vorazes, essa fagulha se chama Katniss Everdeen. Uma coisa que deixou muitas pessoas com o coração na mão é quando descobrimos que a garota em chamas foi salva e enviada ao Décimo Terceiro Distrito (isso mesmo aquele distrito que todo mundo achou que havia sido destruído) e que, entretanto, Peeta não teve a mesma sorte.






Crítica de Cinema p/ Wilton Black:

 Uma grande evolução é facilmente percebida no desenrolar das cenas do filme. Talvez tenha sido a troca de roteirista. Michael Arndt transformou a aventura de Jogos Vorazes no empolgante "Em Chamas", superando as expectativas de fãs e críticos. No desenvolver da história, que tem pouco mais de duas horas, é possível perceber o clima de tensão criado nos distritos a partir do ato de "salvação" de Katniss no filme anterior. 

O trabalho de fotografia foi essencial para demonstrar as desigualdades, um tema intrínseco no enredo. Os distritos mais pobres e suas cores cinzentas; suas paisagens secas; seus trabalhadores de rosto sofrido; a fome coabitando com a população. A capital e suas cores vibrantes; sua futilidade e glamour; seu exagero contido nas roupas e construções. Talvez passe despercebido pelos, geralmente, adolescentes fãs da série, porém, a crítica à nossa sociedade é óbvia: desenvolvidos/subdesenvolvidos. 




Também pode não receber muita atenção dos jovens que esperam ansiosamente as lutas do, muito bem elaborado, massacre quaternário, mas não seria mera coincidência a mídia de Panem (o país de Katniss e Peeta) televisionar cada passo e cada decisão dos pombinhos. O controle e a opressão. O poder não está interessado em cidadãos que contestam e pensam. O poder quer apenas governar e ser exercido. Usar uma figura pública como imagem daquilo que deve ser obedecido. Controlar as atitudes e as decisões dos dois, em busca de uma finalidade. Aparentar a naturalidade, enquanto o caos percorre as ruas dos distritos mais pobres; enquanto a população carente morre de estômago vazio; enquanto a população trabalhadora não tem direito de contestar. Tudo isso está ali na telona, enquanto você assiste "Em Chamas". 




Se você parar pra pensar não é muito diferente do que vemos na televisão todos os dias. O controle do que vai ser discutido pela sociedade é exercido pela mídia, ela decide o que vai ser noticiado, diz o que vai ser abordado pelas pessoas no dia seguinte. Ela diz o assunto, as pessoas repetem. Não seria isso exercer poder? 

Além de ser mais crítico, "Em Chamas" é superior ao seu anterior nos efeitos especiais e nas atuações. Os jogos desta vez foram mais empolgantes e tiveram um maior caráter de urgência. Toda a tensão criada pelas cenas preliminares que não envolvem ação, deixa você se perguntando (caso não tenha lido os livros), como eles vão se safar dessa. Jennifer Lawrance, ganhadora do Oscar de melhor atriz em 2013, se consolida como uma das grandes no momento. Sua atuação é muito superior a tímida Katniss de "Jogos Vorazes". Neste longa ela se entrega e demonstra brilhantismo nos olhares e gestos da personagem. O humor fica por conta de Johana (Jena Malone) e Finnick (Sam Claflin), que fazem também um ótimo trabalho. 


É um dos poucos filmes adolescentes que não explora o amor como eixo central. É um dos únicos que reflete sobre temas reais em um ambiente de ficção. É, com certeza, um dos melhores do ano, o que nos faz aguardar ansiosamente pelos próximos dois filmes que irão nos dizer como tudo isso vai acabar. 

A cena, que  reflete bem o que será do próximo filme é a última. O fechar de olhos da protagonista nos transmite os vários sentimentos que naquele momento ela sente. Medo, raiva, angústia, dor, sofrimento, ódio e vingança. Tudo isso é o que nos aguarda em "A Esperança", que estreia no próximo ano. Estamos ansiosos.



2 comentários:

  1. Muito bom gostei muito da análise,sem duvida um filme muito bom..eu nao me arrependi de ver no cinema e acho que até veria denovo.Atuação dos atores muito bom sem mais.FIlme que eu recomendo sem dúvida.

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  2. Obrigado Dan pelocomentário. Realmente o filme é ótimo. Eu vi duas vezes hehe XD Abraços.

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