terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Les Miserables - Os Miseráveis

Na última sexta-feira (01 de fevereiro) estreou no Brasil o filme " Les Miserables" ( Os Miseráveis), obra adaptada do livro homônimo de Victor Hugo e que teve 8 indicações ao oscar de 2013. O filme é um musical,  e era aguardado por ter em seu elenco atores de peso como Hugh Jackman, Anne Hathaway e Helena Bonhan Carter.



O enredo se passa na antiga França e conta a história de Jean Valjean, um ex-presidiário que após longos 19 anos consegue sua "liberdade". Sua prisão foi motivada pelo roubo de um pão, para alimentar a fome de seu sobrinho. Após se ver livre, Jean convive com a dificuldade de ainda ser visto como um criminoso, mesmo já tendo cumprido sua sentença. Após algumas recusas, ele acaba ganhando abrigo de um bispo e sua bondade, porém, furta a prataria que pertence ao homem de Deus. 

Mesmo com a descoberta do roubo, o bispo não o condena e permite que ele possa reerguer sua vida novamente, dando a ele a prataria roubada. A partir do ocorrido, Valjean cria sua redenção se transformando em um homem rico e reconhecido pela sua bondade. Os erros do passado de Jean são um fantasma e possuem um nome: Jarvet. 

A história dele se entrelaça com a de Fantine, uma jovem empregada de sua fábrica que se vê obrigada a vender seu corpo após ser demitida. Fantine manda todo o seu dinheiro para criar sua filha. Quando Valjean descobre que ela foi demitida, resolve ajudá-la, e antes da morte da jovem promete descobrir onde Cossete ( filha de Fantine) vive, e dar a ela uma vida "digna". No meio disso tudo, ele precisa se desvencilhar de Jarvert que sempre aparece buscando encontrar novamente seus erros e o condenar a mais anos de prisão.



Através deste enredo as histórias de Jean Valjean, Jarvert, Fantine e Cossete se ramificam. Um fato importante para a narrativa do filme, e para quem leu o livro mais perceptível, é a miséria do ser humano. Torna-se óbvio pensar que o assunto seria discutido quando se deparamos com o título, mas acredito que Victur Hugo se referia a algumas atitudes humanas quando pensou em " Os Miseráveis". Seria justo penalizar o roubo de um pão para matar a fome? O que seria do homem se não consegue lidar com a sobrevivência em cada dia? A bondade e a redenção antagonizariam a miséria? Perguntas intrínsecas na narrativa, mas que evidenciam os motivos do enredo.

Falando de cinema, é impossível não notar a beleza das atuações do filme. Foi um fator muito corajoso permitir que mais de 90% de todas as falas seriam "cantadas" ( é claro pra justificar a classificação de musical, hehe ). Corajoso porque o " grande público " não está acostumado a musicais, e muitos estranhariam. Bom, ao menos percebi isso quando fui ver o filme, pois havia alguns desavisados na plateia.



A primeira parte da trama esta focada em Jean e Fantine ( Hugh Jackman e Anne Hathaway ), que não deixamos de mencionar são os grandes destaques de atuação. Anne consegue interpretar Fantine de forma tão fidedigna, fazendo de atos "questionaveis" como, vender seu próprio cabelo e corpo, se transformarem em simplórios para o motivo maior. Também descobrimos a beleza das vozes de ambos, que maestralmente produzem sua história por meio de hinos. 

O ponto crucial e aguardado do público é a conhecida canção " I dreamed a Dream", cantada por Anne em um momento ao qual a sua miséria e seus sonhos se cofundem em um solo de choro. Essa cena, com toda a certeza, alavancou a convocação da atriz para as grandes premiações como o Oscar e o Globo de Ouro.

Anne Hathaway ganha o "Globo de Ouro" por sua atuação em "Les Miserables"


A segunda parte, iniciada com o crescimento de Cossete, é protagonizada pela jovem e Marius ( Amanda Seyfried e Eddie Redmayne), que vivem um romance em meio a revolução. Este ponto do filme é complicado, pois você se vê livre do carisma de Jean e Fantine, e começa a se deparar com os jovens apaixonados, que apesar de talentosos, não são tão carismáticos. Um ponto negativo é que a revolução não se explica muito bem e acaba sendo apenas um cenário para os acontecimentos.

Um ponto alto é a atuação de Samantha Barkes como Epopine. Ela nos brinda com uma antagonista não do amor de Cossete e Marius, pois apesar de amar o rapaz ela não é egoísta como se espera, mas sim o antagonismo da miséria e da falta de caráter de seus pais ( aproveitando a deixa para mencionar as engraçadas cenas de Helena Bonhan Carter ), já que foi criada dessa forma, mas tem seus próprios ideais, que talvez incluam morrer de amor.

Gostei muito da direção de arte e da fotografia, e apesar de ter sido ótimo como Jarvert, Russel Crowe não teve muito carisma em um musical, e em minha opinião ficou em segundo plano.

No mais, o filme encerra com um plus de atuações brilhantes e emocionantes de Anne e Hugh, nos deixando a sensação de que o filme foi deles, e apesar das possíveis cadeiras vazias que os cinemas brasileiros terão, "Les Miserables" se confirma como um dos grandes lançamentos do ano. Apaixonante.


4 comentários:

  1. me deixou com muita vontade de ver, amo essa história!

    bjus da kirah

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  2. EU QRO VER ESSE FILME, CARAMBA!

    carol.

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  3. Pois veja vocês duas. Vão se apaixonar, assim como eu, hehe. Obrigado por comentar. ;D

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