Dias Vazios

Uma foto de Brassai um dos meus fotografos favoritos

 

Abrir os olhos é como não acordar

A mesma sensação, o mesmo pesar

As horas passam naquela aflição

O dia não passa, uma angústia no meu coração

O terror e a guerra de James Nachtwey

Será assim os meus dias vazios?
As minhas horas repetidas,
Uma monotomia
Fazer o mesmo, o mesmo fazer
Como fugir do que não faz sentido?

Repetidas batidas, repetidos sentidos

 Da batida seleta do meu coração

-Faça-o respirar, nos acorde

Deve haver um mundo em que tudo seja mais que isso

Não quero abrir os olhos

Reviver o pesadelos dos meus dias vazios

-Feche meus olhos

Deixe-me voltar para os meus pesadelos

O preto e branco melancólico de Sebastião Salgado

Abrir os olhos é minha aflição

Mal os abro já quero fechá-los novamente

Prefiro dormir num sonho misterioso

Ao qual o mundo é diferente

Nada de nostalgia

Até os pesadelos são mais reais

Do que essa vida sempre igual

Dias vazios fazem parte de mim

Como fugir, como não vivê-los?

Não quero acordar e ser o mesmo

Não quero dizer as mesmas coisas

Passar pelos mesmos caminhos

Ver a mesma paisagem

Sentir o mesmo sabor

Fazer tudo de novo

Não... me liberte...

Eu quero fechar os olhos

E encher o meu mundo de emoção

Quero viver o irreal

A nostalgia das fotos de Henri Cartier Bresson

E que o mundo não me "reviva"
Se afaste de mim dor
Afaste-se de mim
Fecho meus olhos para não mais abri-los
Se o meu eu não é suficiente
Que a reliadade exprima meu ser
E faça da minha alma

Um ser liberto

-Me leve daqui

Me leve para

Onde o céu é purpurina

E o sol não precisa nascer

Fecho meus olhos para não mais abri-los

Não quero acordar novamente

Não quero viver o mesmo dia

Dias vazios não pertencem à mim

Talvez seja o último, meu último fim

Feche meus olhos, não abrirei mais

25/07/11 - Wilton Black